segunda-feira, julho 30, 2007

Fim do estágio...

E pronto...acabou o estágio.

Antes de escrever sobre o motivo que me trouxe aqui vou falar da minha parte primeiro...

Quero apensa dizer que gostei muito deste estágio, aprendi muita coisa e abri um pouco a mente relativamente à forma de trabalhar dum enfermeiro e á sua velocidade e destreza...gostei mesmo muito do serviço e das pessoas com quem trabalhei, tanto colegas, como enfermeiros, médicos e auxiliares, tudo pessoal bacano.

O que vou falar agora é algo que sinceramente me irrita profundamente e que não podia deixar de escrever mesmo por isso. Hoje foi dia das supostas avaliações, quando digo supostas é porque o amor de algumas pessoas por outras, ao contrário do que seria de esperar, influencia muito mais as notas que o verdadeiro valor das pessoas.

(n vou falar em nomes porque não existe essa necessidade, todos os que me conhecem saberão de quem falo)

Pelo que sei até agora houve duas pessoas que não passaram para o 3º ano, até aqui tudo normal, neste estágio 2 pessoas nem é muito, o pior não é o número, mas sim quem. Primeiro que tudo uma pessoa, que para ser sincero se algum dia for enfermeiro será um triste dia para a enfermagem, conseguiu passar com uma nota da qual merecia quase metade (e é uma nota que não fica muito longe da minha pelo que comparar-me a essa pessoa eu considero um insulto à minha pessoa). Segundo, pelo menos uma das pessoas que não passou (sinceramente nunca trabalhei muito de perto com a outra pelo que não posso dar opinião) tem características como enfermeira que para ser sincero, ainda me faltam, tal como faltam a alguns colegas meus que tiveram notas como a minha, pelo que acho que para ela ser chumbada a outra pessoa que chumbou também teria de o ser, sendo que um não tinha sido a outra também não o devia ser.

Onde é que está a justiça disto? Consideram a minha faculdade das melhores do país, mas mesmo assim não conseguem distinguir um enfermeiro de merda de alguém que é capaz de ser uma boa enfermeira futuramente? Não se compreende...

Espero que as duas pessoas que não continuaram não percam a esperança, que se mantenham por lá e que para o ano façam engolir, a quem as obrigou a repetir o ano, aquilo que fizeram.

Uma palavra pessoal às duas, aproveitem as férias, namorem, brinquem, relaxem, descansem, tentem não pensar nisto, porque isto não é a nossa vida...

Relaxem, boas férias amigos e colegas...

terça-feira, julho 10, 2007

Será?

Como sabem aqueles que me conhecem (e que são os únicos que se dão ao trabalho de ler o meu deprimente blog looool) estou agora, juntamente com os meus colegas, a estagiar no Egas e é sobre isso que vou hoje escrever, em ves de tar a terminar o meu processo.

Primeiro tenho a dizer que este estágio tem sido de longe o melhor de todos os que já tive, a nosas enfermeira orientadora é 5 estrelas e além de nos ensinar também sabe brincar, rir ou falar a sério quando é preciso, os meus colegas continuam a ser 5 estrelas como já estou habituado, os enfermeiros do serviço são muito simpáticos e esclarecem-nos as dúvidas sempre que a gente com ar de dúvida as apresenta (embora um ou outro esteja sempre a perguntar "ainda não chumbaram?"), o serviço apesar de por vezes ser um bocado bagunçado é até bastante bem apetrechado e o trabalho até se faz bem apesar de já levar-mos quase 2 meses de trabalho nas pernas, algo que para nós é recorde, e o cansaço já se comece a abater sobre nós.

Queria falar um pouco sobre uma sensação que tenho tido e que não sei se já tiveram, aquela sensação de "mas será que fiz assim algo de tão especial?". Eu ponho esta questão porque hoje quando me vinha embora os meus 2 utentes (a quem deixo um abraço) quase me queriam obrigar a ficar ali.

Um deles, senhor acamado, com 1001 problemas e maleitas, bastante farto de ali estar e com um olhar de quem diz "vem cá mas com cuidado que dói-me tudo" agarrou-me na mão e ficou ali um bocado deposi de lhe dizer que era hora de me ir embora olhou para mim e disse-me "mas já?", expliquei-lhe que alguém viria para me substituir e que na manhã seguinte voltaria ao que o senhor meio a brincar meio a sério me responedu "tá bem, mas vê lá se não demoras muito".

O segundo, senhor que ia já para casa, com menos problemas mas também com alguns, muito conversador e sempre a falar mesmo que fosse para o ar, apenas me apertou a mão e depois de eu lhe desejar as melhoras e felicidades apenas foi capaz de dizer "muito obrigado por ter tratado de mim" antes de irromper em lágrimas e, pela primeira vez pelo menos na minha presença, não ter sido capaz de dizer nenhuma palavra tendo ficado a soluçar e a enxugar as lágrimas.

Agora pergunto seremos nós dignos de tal gratidão, será que fazemos um trabalho assim tão grandioso, com um impacto tão grande não apenas na saúde física destas pessoas mas também na mental? Gosto de pensar que sim, talvez a minha parte convencida, a minha parte mais humilde continua a acreditar que não somos dignos de choro e tamanha consideração porque apenas nos é pediod que desempenhemos a nossa profissão de maneira profissional e digna.
Talvez seja apenas por sermos nós que ali estamos 8 horas por dia apenas para eles, com um pouco da pureza, energia e inocencia das crianças que ainda não deixamos de ser e um pouco da nossa adultice que o trabalho nos obriga a ter, perante aquelas pessoas que já tanto viveram e que conosco se sentem À vontade para perguntar "ela é a tua namorada?" ou dizer "a menina tem 10 anos?" com um esboçar de sorriso como quem diz "to a brincar contigo jovem".

Gosto de pensar que o nosso trabalho é mesmo importante e talvez enquanto achar isso consiga manter algum gosto por esta profissão porque se calhar quando esquecer isso, também perderei o gosto.

Quem quiser, amigos e colegas futuros enfermeiros, que comente, os outros que não o são, também podem, eu deixo lol.